quarta-feira, 25 de julho de 2012

Um certo PUB londriorquino

Talvez um pequeno pub inglês ou nova iorquino. Pessoas falando sobre livros, filmes, músicas ao som de bom jazz; soul ou blues. Olhares atentos as vezes dispersos. Um bom vinho do Porto ou para quem prefere vinho doce toma um Chardonnay das vinícolas da Califórina e para o adébitos da beer ela sempre estava lá, sempre, as vezes fazia bigode de espuma na boca de alguns marmanjos. Fumaças de cigarro pelo ar... possivelmente alguns fumavam por osmose devido a tanta fumaça. O clima do recinto era convidativo, interessante, talvez sexy para quem considera inteligencia um afrodisíaco. Um casal numa mesa ao canto trocam olhares apaixonantes apesar da pequenês do local não os incomodava e nem as conversas alheias. No balcão um notívago bebe tequilas para esquecer coisas da vida lá fora. A atmosfera local fazia aquela gente sentir-se melhor... Talvez seja a noite, a música, as prosas, era um mundo diferente...
Motivos para estar lá? Não sei...
O destino? Talvez...
A bebida? as pessoas? o pub?
Apostaria no conjunto como um todo... cada detalhe faz a diferença.
Deu a hora! o senhor Charle Flanay precisa fechar o bar.
Amanhã começa tudo outra vez...

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Todas as cores do amor.


Com preto e branco tenho as teclas do piano,
com o preto e branco tenho um cinema antigo,
com o preto e branco tenho Yin e o Yang,
com o preto e o branco tenho o divino e o pecado, 
o dia e a noite.


Com as cores do arco íris tenho o número sete,
sete notas musicais,
sete pecados capitais,
sete anjos,
sete vidas.


Numa escala cromática entre o branco e o preto existem várias cores, as cores do amor.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Os relatos de Catherine Montgomery: mulher em mim



Certa vez, por ocasião do destino, fui parar num lugar diferente. Algo que nunca planejei. Fui trabalhar como enfermeira durante a Segunda Guerra Mundial em outro país, pois era filha do general do exército e ele queria que eu fosse fazer algo em prol do país de alguma forma. Eu era filha única, não havia outra escolha.
Pois bem, vou contar minha história. Em outubro de 1942 no norte africano, o general inglês  Montgomery iniciou a contra-ofensiva contra as tropas do general alemão Rommel. Eram tempos muito difíceis. Parecia que a guerra se espelhava pelo mundo. Para mim, que tive uma educação em colégio interno inglês, onde sai algumas vezes, sair e ver toda aquela carnificina me deixou literalmente amedrontada. Ver pessoas morrendo, aprisionadas, agonias... Enfim, aquilo parecia um pesadelo sem fim! Até que certa vez tentei fugir para algum lugar onde havia paz. Fugindo do meu pai, o general Montgomery. 
Tentei ir para Açores. Nessa odisseia conheci Virna, Virna Rommel, também filha de general, que estava na mesma situação identifica com a minha. A diferença que ela tinha mais dois irmãos na guerra. Um deles extremamente ferido. Ela também estava à caminho de Açores. Andamos muitos dias, ganhamos caronas, uma fuga, no mais, muito intensa. Nesse tempo fui descobrindo em Virna uma pessoa encantadora, apaixonante...
Nós estávamos na floresta quando eu desmaiei de febre, em seguida ela ficou desesperada, não sabia o que fazer, pois não tínhamos mais remédios e, conforme o mapa, a cidade mais próxima ficava 6 horas de caminhada, aproximadamente. Lembro que quando estava um pouco acordada havia folhas de palmeiras abaixo de mim e ela me hidratava com água de coco para restabelecer energia e coloca pano quente úmido em minha testa. Logo peguei no sono de novo, um sono leve, mas não conseguia abrir os olhos e, de repente escutei barulho de lágrimas, o qual caracterizava tristeza. Onde a voz falava: “ por favor não vá, Deus, proteja-a. Eu não sei explicar bem o que está acontecendo comigo, mas acho que estou amando, amando a senhorita Montgomery...” Ao escutar meus olhos logo abriram, e mesmo não conseguindo falar direito disse: “ Virna? Eu escutei você fazendo uma prece e dizendo que me ama? Isto é verdade ou estou variando?” Ela ficou assustada com o questionamento tão rápido após sua prece, e logo respondeu: “ É um equivoco, Catherine! Eu estava rezando e conforme a palavra do Senhor devemos amar as pessoas como nós mesmas. Não é??? Você, como advinda de um colégio cristão deveria saber bem disso...”
Percebi que ela estava omitindo, estava vermelha de vergonha, tremula como se tivesse visto um fantasma. Desde então passei a observa-la com um olhar diferente para saber se o que ela disse era realmente verdade.
Pelo fato de ter ficado doente, atrasamos três dias e três noites. A nossa relação de amizade havia ficado estremecida desde o meu questionamento.  Até que ela começou a falar coisas estranhas e questionar coisas sem sentido. “Eu sou uma péssima filha, não deveria ter fugido assim! Meus irmãos estão lá precisando de mim. Eles podem até estar mortos e eu nem sei... E toda a culpa vai ser minha!! Você acha que terei culpa de tudo de ruim que aconteceu a minha família, Catherine?” Logo respondi: “Deixa de drama, Vir. Ore para eles estarem bem. E se acontecer algo a culpa não foi sua. Deus quis...” Na mesma hora ela olhou para mim, com feição do tipo, “vou te matar” e respondeu imediato: “Você não sabe de nada!! Nem têm irmãos, é sozinha! Viveu sempre trancada em um colégio!” Aquilo fez surgir em mim uma fúria que eu em uma havia sentido desde então. O céu já estava nublado e a chuva começava a cair e nós duas discutindo no meio da floresta. Começamos a rolar no chão como duas crianças brigando por causa de um brinquedo. Até que a chuva começou a ficar mais forte e saímos correndo até que avistamos uma cabana e, mesmo assim, continuamos discutindo.
Ao chegarmos à cabana, ela disse: “é culpa, sua!”. Eu simplesmente disse olhando no fundo dos olhos dela: “Cale-se! Eu te amo”. Naquela hora nossos olhares pareciam um só, eu enxergava toda a alma dela. E a Virna ficou mais alva do que a neve de tão pálida com a minha fala. Acredito que ela esperava qualquer coisa, menos uma declaração de amor. Nunca olhei tão fundo nos olhos de alguém. Eu estava segurando os braços dela e quando me dei conta estávamos aos beijos, beijos intensos, frenéticos. Parecia um devaneio de tão perfeito que foi. Vimos uma pequena lareira e acendemos com o restante de madeira que havia por lá. Sentei-me próximo dela para que ficasse aquecida e a Virna veio ficar próxima de mim. Comecei a acaricia-la e começamos a nos beijar novamente. Agora foi diferente, pois estávamos abraçadas no chão nos amando. Era uma experiência diferente na minha vida, nunca havia feito aquilo até então. Conheci o amor...
No dia seguinte a nossa preocupação era de andar o máximo que pudéssemos, mas, quando menos se esperava, chegou um homem na casa e nos viu juntas. Ele disse que: “Quem são vocês? O que fazem aqui? Parecem ser diferentes!” Em seguida, ele tira dois papeis do bolso onde falava que nós duas éramos procuradas com vida ou morte pelos nossos pais. Tratamos de fugir o mais rápido possível, enquanto o homem estranho foi chamar reforço para nos procurar. Nunca corremos tanto desde o início da fuga. Até que chegamos à cidade e nos disfarçamos de imediato, pois haviam diversos anúncios de procura espalhados pela cidade.
Achei algumas roupas masculinas, perucas, bigodes num pequeno brechó. Nunca vi tanta coisa que poderia ser reutilizada. Inicialmente nos divertimos muito com os disfarces, mas, como nem tudo é mar de rosas, passamos nosso primeiro apuro. Estávamos num bar onde a Virna começou a ter ataque epilético. Haviam acabados os remédios, e eu fiquei sem saber o que fazer, pois ver alguém em uma situação daquela era diferente. Algumas pessoas nos deram socorro ali mesmo. Uma mulher que estava questionou ao reparar a Virna: “Este homem parece muito delicado, tem gemidos muito femininos! Ele tem algum problema? Até o bigode é estranho!” Eu fiquei boquiaberta sem saber o que responder... Eu disse a ela que “ele” tinha problemas hormonais e teve uma doença em que caíram todos os seus cabelos, e desde então usava perucas para melhorar a aparência e a autoestima, estava quase ficando louco.
Uma senhora muito comovida, quis nos ajudar. Ela falou: “Desculpe a minha indiscrição, mas não quis deixar vocês sem graça. Quero ajudá-los. Vocês são estrangeiros? Se não tiverem lugar para ficar ofereço a minha casa!”. “Fico grato pela sua gentileza. Somos da América. Tem certeza que não vamos atrapalhar?”. “Não mesmo! Para mim será companhia! Estou muito sozinha, meu marido e meu único filho faleceram na guerra. E nesse mundo cruel em que vivemos não podemos de ajudar o próximo... Oh meu Deus me esqueci de me apresentar! Meu nome é Margareth Buckham, prazer! E vocês, como se chamam?”. “Meu nome é Jack e o dele é Arthur. O prazer é o nosso. Agradecemos imensamente a sua cordialidade.”
Ao chegar à casa da senhora Buckham, coloquei a Virna para dormir enquanto os remédios eram providenciados. Sentei-me na sala com a Mrs. Margareth B. para tomarmos chá e conversarmos. Ela contou muitas coisas sobre a vida dela, sobre o casamento, sobre o filho. E parte que mais me tocou, a guerra, a morte dos dois no início da Grande Guerra. Por mais que a dor fosse grande ela havia se conformado, eu cheguei a questionar isso a ela. E a mesma me respondeu sorrindo: “Eu sei que a missão deles foi cumprida. Voltaram numa próxima vida. O tempo que estive junto com eles fui muito feliz!”. “A senhora é espírita?”. “Sim, sou. Não é algo comum na Inglaterra, mas desde que passei a estudar culturas e religiões e viajar pelo mundo, optei por esta religião. Acredito que foi mais por identificação.”. “Já que a senhora conhece tantas coisas, por que optou em morar em Açores?”. “Vi várias maravilhas pelo mundo, aqui tudo me conquistou, as pessoas, o clima, a música, o idioma português... tudo me cativou neste lugar! Isso também foi uma grande ajuda na recuperação na perda que tive. Dinheiro nenhum neste mundo pagaria esta perda...”. “Estou ficando cansada, ops!! CANSADO! Quero me repousar agora, mas antes desejo saber como o Arthur está!”. ”Você pode dormir no mesmo quarto que ele, assim vai poder ficar perto. Vejo que são muito unidos. Desculpe a curiosidade, mas vocês são parentes?”. “Sim, Deus nos uniu...”. “Como assim? Vocês são homossexuais? Não entendi o que você quis dizer com isso!”. “O amor nos uniu é tudo que posso responder... Não sei como à senhora vê isso.”. “Perdoe-me se deixei você constrangido, mas essa não foi minha intenção. Não tenho nenhuma forma de preconceito. Era só para saber mesmo, pois falei para você dormir no quarto dele e você nem perguntou se há outra cama e no quarto tem apenas uma única cama!”. “Entendi, não tem problema! Somos isso mesmo que a senhora está pensando. Vamos respeitar sua casa. Mas não comente com o Arthur que a senhora sabe. Ele é muito tímido!”.
Ao subir as escadas fiquei pensando que foi melhor falar sobre homossexualismo do que ela achar que somos muito femininos para homens. Chegando ao quarto observava minha querida Virna dormindo como um anjo. Sentei-me na cadeira de balanço e fiquei observando-a e me apaixonando mais ainda. Tranquei a porta, e tirei todo o disfarce para dá-la um banho. Em seguida ela acordou dizendo: “ Oi querida, o que está acontecendo?”. “Estamos na casa de uma senhora que nos socorreu quando você teve um ataque epilético. Acredito que aqui vamos ficar seguras. Conversei bastante com ela. É uma senhora bondosa que perdeu parentes na Guerra. E pra ela agora somos um casal homossexual vindo da América. Agora você é Arthur e eu sou Jack.”. “Nossa querida, tínhamos que ser logo americanos e gays?”. “Olha, não vi outra solução, primeiro porque ela percebeu nossa feminilidade e segundo porque falamos inglês fluente, então fica mais fácil.”. “Compreendo, mas se ela perguntar algo a mim?”. “Tente responder o básico, em perguntas mais complicadas deixe comigo, tudo bem?”. “Sim.”.
Recordo que dormimos por muitas horas e a Virna, com os remédios em mãos, estava sob controle. Passados alguns dias resolvemos ir a um baile de caridade na parte sul da cidade onde dançamos muito e algumas garotas tentaram nos seduzir por achar nossa beleza exótica, diferente dos outros homens que ali estavam. Quando menos se esperava uma moça maluca ficou flertando a Virna e o namorado dela veio atrás de nós para tirar satisfação! De repente, joguei uma garrafa nele e outras pessoas também começaram a brigar. Foi uma confusão danada. Na hora que vimos a polícia chegar saímos correndo. E ao chegar lá fora caímos no riso e disse: “Parece àqueles bailes suburbanos ingleses no início do século alegria, bebida e briga (risos). Ei que cara é essa meu bem?”. “Eu estou muito apavorada Catherine, você não entende? Essa briga pode nos colocar em apuros! Estou com maus pressentimentos!”. “Ei querida! Acalme-se! Dê-me um abraço, por favor. Vou te proteger! Da mesma forma que você cuidou de mim na floresta, com muita bravura!”.
No dia seguinte nós nem esperávamos que a briga tivesse dado uma extensão tão grande. No dia seguinte era notícia em toda a cidade. No café da manhã a senhora B. nos perguntou sobre o baile e se sabíamos algo sobre a confusão. Não teve jeito tivemos que contar tudo a ela caso houvesse alguma bomba por vir. Inicialmente ela ficou pasma por escutar sobre a confusão logo foi ficando mais conformada. “Meninos, ainda bem que me contaram isso, pois fiquei sabendo bem cedo que fizeram retrato falado dos agressores. Vocês sabem que nesses tempos de guerra tudo é motivo de confusão. As pessoas estão totalmente abaladas. Então peço que vocês dois não saiam de casa, pois pode ser perigoso. Vai saber se alguém falou que a culpa foi de vocês.”. A senhora B. mal havia terminado de falar e batera a campainha, a empregada veio chama-la que era pra ela. Desconfiada, ela resolveu atender na porta de casa mesmo. Chegando lá era um policial com nosso retrato falado como havia imaginado, nesses lugares a culpa sempre é do gringo. Além disso, ainda mostraram a nossa foto de foragidas ainda não percebida pela senhora B.
Ao voltar ela nos contou tudo e disse que já sabem que nos duas em figura masculina está na região. Já sabem que somos estrangeiros então a vigilância está sendo total. A Virna saiu da mesa chorando dizendo: “Eu sabia...”. Senhora B. disse “O que aconteceu com o Arthur?”. “Ele é um rapaz emotivo, não ligue!”. ” Meninos eu suplico não saiam de casa! Gente inocente pode pagar por isso!”
Apesar de toda hospitalidade, estava ficando ruim para nós duas disfarçadas de homem e ficar dentro de uma casa onde não tínhamos liberdade para sair depois de toda confusão. Às vezes vinham em minha mente se foi a melhor solução aceitar esta ajuda. Aceitei mais pela Virna que estava mal de saúde... Certo dia eu e Virna estávamos discutindo no quarto se continuaríamos como homens ou se assumiríamos como mulheres, pois a situação estava ficando chata para todos os lados e qualquer hora poderiam nos achar... Naquela mesma hora a senhora B. estava vindo nos chamar e acabou escutando nossa conversa, em seguida ela bateu na porta e quando abri ela perguntou: “Está acontecendo algo em que posso ajuda-las?”. “Como assim AJUDA-LAS?”. “Eu sabia o tempo todo que vocês eram mulheres e sei que vocês estão foragidas tanto como mulheres e como homens.” Aquilo me deixou sem palavras, fiquei mais branca que papel! Perguntei a ela: “Você vai nos entregar para polícia, para nossos pais e para a guerra?”. “Não, nunca farei isso! Evitem de barulhos e se exporem demais. A procura por vocês lá fora está grande e caso forem sair será problemática. Sugiro que saiam como mulheres a noite. Eles não imaginam que duas damas vão sair de noite...”
O conselho da senhora B. nos deixou mais tranquilas, pois não sabíamos mais o que fazer... Resolvemos sair a noite naquele mesmo dia para tomar um ar! Sentamos numa praça eu e Virna. Até que chegou até nós um garotinho que estava com a mãe e nos perguntou: “Ei moças! O que vocês estão fazendo agora aqui?”. “Estamos admirando a noite!”. A mãe veio e disse: “Desculpem meu filho!”. “Imagina não há problema nenhum!”. E os dois foram embora... Depois restaram na praça somente eu e Virna e a lua lá no céu, parecia tudo perfeito! Abordei a minha amada com um beijo singelo, acho que ela não imaginava que eu faria isso. Virna toda envergonhada pergunta: “Por que você fez isso Cath? Não podemos nos expor assim?”. “Desculpe-me, não pude me controlar! Você está tão linda hoje! Quer dizer você sempre é linda!”. Achei lindo quando ela ficou vermelha quando eu falei isso. Mas algo sempre tinha que quebrar o romantismo passou um carro com bêbados e começaram a mexer conosco. Até que um deles gritou: “São as foragidas! Vamos pegá-las!”. Tratamos de correr o mais rápido possível, pois eles estavam nos seguindo. Chegamos em casa muito aflitas a senhora B. já estava dormindo e deixamos um bilhete debaixo da porta do quarto.
Planejamos que iriamos embora cedo, assim que explicarmos a situação para a senhora B., mas infelizmente o nosso plano falhou, pois a polícia bateu na porta cedo e acredito que ela não leu o bilhete que deixamos a noite. Havia cerca de 10 policiais com cachorros farejadores e meu pai, o general Montgomery que saiu da Guerra para me pegar de volta. Ele chegou dizendo: ”Senhora Buckham sei que minha filha está aqui com a filha do nosso inimigo! Homens procurem-na!”. Um dos homens seguravam a senhora B. e nós vestimos de homens para que a fulga fosse mais fácil, mas me enganei haviam 3 homens no corredor com um pastor alemão enorme. Até que não teve jeito pegaram nós duas. E meu pai com olhar de sentimentos infindos, pois ao mesmo tempo feliz por pegar a filha de volta ele estava extremamente bravo por eu ter fugido! Ele disse a mim: “Querida Catherine Montgomery, você é uma desonra para nossa família! Fugitiva, aliou-se aos inimigos e ainda mais se envolveu com ela!”. “Sou uma vergonha sim! Eu não quero mais o seu nome, jogue-o no lixo!”. Meu pai estava extremamente irritado com tudo e vi que eles haviam matado a senhora B. que estava caída no chão e eu juntamente com a Virna exiladas na Austrália. Para meu pai o mais longe que fosse dele seria melhor.
Dois anos depois estávamos morando juntas em Sidney felizes até que uma procuração judicial veio referente a senhora B. pedi a um advogado amigo para resolver, pois eu não podia entrar em Londres por um bom tempo... Dentro de alguns dias ele me retornou dizendo que a herança dela foi dividida para nós duas com uma carta: “Meninas vocês foram especiais o tempo todo! O amor de vocês é contagiante. Sei que algo em breve vai acontecer comigo, por isso quero deixar um presente para vocês. Uma mulher em mim diz que vocês merecem ser felizes! Espero que quando isso chegar até a mão de vocês desejo que estejam juntas!”.
Ficamos muito felizes e nunca imaginamos que ganharíamos um presente assim de alguém que conviveu pouco conosco. Uma coisa posso concluir disso que por amor fazemos qualquer coisa. Quando acordo todas as manhas olho para a Virna e acho que foi a melhor coisa que me aconteceu! Vivemos num tempo machista e maldoso, mas nosso amor vence barreiras e fronteiras. Uma mulher em mim diz que amor não escolhe o que amar e quem amar, mas ser amado... Nesses tempos de guerra a única coisa que quero fazer é amor e não guerra...